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     Falando sobre composição conta que a sua preocupação começa com a letra, pois nas palavras dele “(...) isso provém de uma concepção de que a cultura do Rio Grande do Sul é dos gaúchos e não somente daqueles que se filiam ao Movimento Tradicionalista. A meu ver, é muito bacana essa coisa de tratar de temas urbanos, universais etc, usando o linguajar típico.”. Para suas composições toma como inspiração, poetas, músicos e intérpretes da MPG. As composições surgem na necessidade de dizer algo, muitas vezes uma poesia ou relatar um estado de sua alma. Ele nos contou que, geralmente, escreve uma poesia buscando traduzir aquilo que esta sentindo. Deixando a poesia ali, quieta, com alguns rascunhos, e depois de alguns dias ou meses, surge a melodia.

     Curiosamente, Guto não considera a música como sua profissão, ele brinca dizendo que a música pra ele é a sua "profissão de fé" e segue brincado dizendo “Toco violão, mal e porcamente. Mas garanto que sou esforçado...”.

   Conversando sobre o cenário cultural e musical de Caxias do Sul, ele nos deixa uma pergunta: “Quero responder a essa pergunta com outra: por que o FINANCIARTE incentiva músicos autorais se NÃO há uma cena institucional em Caxias para música autoral? Se não fosse a dedicação de alguns abnegados, não haveria cenário autoral nenhum em Caxias (nem em qualquer outro lugar do RS, salvo, talvez, raríssimas exceções). E se um músico não vê chance de expor sua obra, como vai evoluir?”

    Mas também temos a parte engraçada, Guto nos conta, que certa vez em uma apresentação, ele começou a música que era em tom de Mi redondinho, com um Mi com 7/9 ( músicos entendem o quanto isso pode dar errado) e o vocalista se perdeu no tom básico, cantando toda a música fora dele, errando escandalosamente, então o filho dele Rafael(que fazia parte do Legado) parou tudo e voltou-se para o público e disse que o show seria diferente, com uma pergunta valendo prêmio, qual era a música que eles tinham começado? Algumas pessoas até gritaram o nome da música, pois a letra indicava, mas para eles foi motivo de muita risada e até hoje riem muito do ocorrido. E pra finalizar, pedimos pra ele deixar uma dica pro pessoal que esta começando agora:

 

     “Hoje consigo dizer com muita verdade o que sinto, e creio que isso possa servir de recado: se for tocar pra agradar os outros, esquece. Se for tocar pra te sentir enturmado e ganhar respeito, esquece. Se for pra tocar, toque com coração, daí tu vai agradar e conseguir respeito mesmo sem querer.”

 

Bruno Müller

 

Foto: Arquivo pessoal

Guto Agostini - Músico

     Guto Agostini, gaúcho de Lajeado, professor e compositor. Passou por diversos estilos vindos do bom e velho rock até progressivo nos anos 70 e juntamente acompanhando os sons aqui do sul como, Almôndegas (Vento Negro), Kleiton & Kledir e Bebeto Alves. Já tinha a música desde o berço, com os pais músicos.

   Começou no violão aos onze anos, mas acabou na faculdade de Letras, fazendo mestrado em Literatura e Cultura Regional, é professor há 15 anos e foi radialista durante 26 anos, na Studio 93 e na UCS Fm, aqui em Caxias. Tocou em algumas bandas em Lajeado, Venâncio Aires, Santa Cruz e algumas em Caxias, até formar O Legado, em 2006. Hoje segue como compositor autoral de um estilo que considera MPG (Música Popular Gaúcha), inclusive possui vários vídeos, para conferir melhor o trabalho dele (Clique aqui).

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